No passado dia 6 de julho, a equipa TOMI esteve presente na 4ª edição do Congresso do Mob Lab, no Porto. Neste congresso foram abordados vários temas sobre a mobilidade.
Mereceram grande atenção temas como: gestão da mobilidade ao nível do poder local; a alocação de recursos financeiros; logística urbana e sustentabilidade; os processos de transição para electro-mobilidade do automóvel; o que vai mudar nos transportes nas cidades no pós-covid; a segurança rodoviária e melhoria; o papel da ferrovia; impacto de tecnologias como 5G nas cidades, blockchain e mobilidade e o que esperar das tecnologias emergentes; as autoestradas e mobilidade urbana e caminhos para descarbonização e a sustentabilidade; os desafios da transição energética na mobilidade, o desafio do hidrogénio; a resiliência das cidades e os elementos para a mudança; e o que dizem os cidadãos sobre a mobilidade urbana sobre comportamento atual e futuro. Estes temas foram tratados por várias entidades presentes, desde decisores municipais, a empresas especializadas em mobilidade e em tecnologia associada aos grandes desafios de transformação.
O TOMI teve um papel extremamente relevante, apresentando os resultados do TOMI Survey sobre mobilidade, realizado em parceria com a Mob Lab. Este survey esteve a decorrer nos TOMIs, de algumas cidades de Portugal. Este questionário tinha como foco principal obter a opinião dos cidadãos de Portugal sobre a mobilidade em Portugal, e nas suas cidades, identificando o perfil geral de utilização de meios de transporte, e preferências, e factores relevantes para o cidadão para adesão ao processo de transição do paradigma atual.
Através deste survey, obtivemos resultados bastante interessantes e úteis para a compreensão do comportamento dos cidadãos e aspectos que consideram mais relevantes no seu quotidiano em termos de mobilidade. A amostra foi de 190 indivíduos. Como principais factos do estudo realçamos: os participantes preferem o automóvel (n=87), sendo o autocarro o meio de transporte menos usado (n=4). A bicicleta foi considerada como o terceiro meio de transporte mais utilizado pelos participantes (n=33). Quando questionados sobre o que poderia ser melhorado, em cada município, a nível da mobilidade o mais apontado (n=90) foi a melhoria das ciclovias, seguindo-se o aumento da frequência de horários de transportes (n=68), e uma melhor articulação entre ferrovia e restantes transportes públicos (n=42). O metro foi identificado como meio de transporte público de eleição pelos participantes (n=89). Neste survey, podemos concluir que os participantes poderiam adotar outro tipo de mobilidade devido à preocupação ambiental crescente (n=103).
Como grande conclusão deste estudo, podemos afirmar que em Portugal possui um perfil de mobilidade muito semelhante à maioria dos países, normalmente designados por ocidentais, com grande uso do automóvel, em que no caso português está muito ligado à falta de alternativas eficazes de transportes públicos. A alteração do atual paradigma de mobilidade poderá ter como grande motivação, a sustentabilidade ambiental para a qual os participantes no Survey demonstraram grande sensibilidade. Pode abrir-se assim uma janela de oportunidade para uma transição desde que feita tendo em conta os recursos públicos e poder de compra e perfil socioeconómico do país.